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sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

BATUQUE DE PIRAPORA



















http://www.youtube.com/watch?v=ttHNHejXV_0

BATUQUE DE PIRAPORA
(Geraldo Filme) - 3’50

Eu era menino
Mamãe disse: vamos embora
Você vai ser batizado no Samba de Pirapora

Mamãe fez uma promessa
Para me vestir de anjo
Me vestiu de azul-celeste
Na cabeça um arranjo
Ouviu-se a voz do festeiro
No meio da multidão
Menino preto não sai
Aqui nessa procissão".

Mamãe mulher decidida
Ao santo pediu perdão
Jogou minha asa fora
Me levou pro barracão

Lá no barraco
Tudo era alegria
Nego batia na zabumba
E o boi gemia

Iniciado o neguinho
Num batuque de terreiro
Samba de Piracicaba
Tietê e Campineiro

Os bambas da Paulicéia
Não consigo esquecer
Fredericão na zabumba
Fazia a terra tremer

Cresci na roda de bamba
No meio da alegria
Eunice puxava o ponto
Dona Olímpia respondia

Sinhá caia na roda
Gastando a sua sandália
E a poeira levantava
Com o vento das sete saias.

GERALDO FILME
Compositor. - (1927 - 1995).

Nasceu em São João da Boa Vista - SP.
A avó entoava cantos do tempos dos escravos e o pai era exímio violinista e tocava nos primeiros blocos do carnaval paulistano.

Em 1933, a família mudou-se para São Paulo, indo morar na Barra Funda, local onde passou a infância.

Sua mãe, Dona Augusta, fazia marmitas e ele as entregava, fato que determinou o pseudônimo de Negrinho das Marmitas. Por essa época, também freqüentava o o Cordão Carnavalesco Campos Elíseos.

Ficou conhecido durante um bom tempo como Geraldão da Barra Funda, alusão ao reduto do samba paulistano. Freqüentava também as rodas de Tiririca (tipo de disputa com pernadas ao ritmo de samba) no Largo da Banana, onde aprendeu a dar pernadas nas disputas com os malandros e outros sambistas.

Compôs para o cordão Paulistano da Glória e sambas-enredos vitoriosos para o Peruchão e Vai-Vai. Cronista, registrava em seus sambas personagens e fatos do bairro do Bexiga, pelo qual tinha um carinho especial.

Trabalhou também assessor da diretoria executiva da Escola de Samba Vai-Vai.

Participou do Teatro Popular Brasileiro, de Solano Trindade, mais tarde conhecido como Teatro Popular Solano Trindade.

Faleceu em 1995, nesta época, trabalhava como Coordenador de Carnavais do Bairro Anhembi.

Geraldo Filme, filho de músico e neto de escrava cantadora de vissungos e cânticos africanos, canta o orgulho racial de uma forma nunca vista antes em São Paulo, cidade de imigrantes onde o negro sempre foi minoria.

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