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sábado, 20 de março de 2010

Samba no colégio?

Relação entre comunicação e música vira curso na UnB

(Irlam Rocha Lima - Da equipe do Correio Acacio Pinheiro)

UnB - Universidade de Brasília foi inaugurada em 21 de abril de 1962. Abriga mais de 1.300 professores e cerca de 2.300 funcionários. A UnB oferece 63 cursos de graduação, 64 de mestrado, 45 de doutorado e dezenas de especializações. Os órgãos complementares auxiliam os alunos no desenvolvimento de trabalhos de ensino, pesquisa e extensão.

Em Feitio de oração, um dos sambas-clássicos de sua obra, Noel Rosa diz que ‘‘ninguém aprende samba no colégio’’. Pode ser. Mas em Brasília há muita gente na universidade querendo saber mais sobre a música popular brasileira. Desde o primeiro semestre do ano passado, alunos de diferentes cursos da Universidade de Brasília (UnB) vêm freqüentado aulas da matéria Comunicação e música.

A proposta da disciplina, incorporada ao currículo da Faculdade de Comunicação pelo professor Clodo Ferreira, é mostrar ‘‘aspectos históricos, estéticos, sociais e a evolução tecnológica da produção musical e sua relação com os veículos de comunicação’’ — com ênfase na cultura brasileira.

Clodo, que também é compositor, tornou-se conhecido ao criar (em parceria com o irmão Clésio), a música Revelação, um dos maiores sucessos de Raimundo Fagner, gravada também por Simone e Engenheiros do Hawaii. Professor da Faculdade de Comunicação desde 1985, está à frente ainda das turmas de outras duas matérias: Criatividade na comunicação e Criatividade na publicidade.

"Comunicação e música é uma disciplina optativa e entrou no currículo para tornar o curso mais rico, pois enfoca a música e sua ligação com o cinema, televisão, a publicidade e, obviamente, o seu canal mais conhecido, o rádio", diz Clodo. "O enfoque é feito em cima da música brasileira. Mesmo quando se fala de música estrangeira, há de ter vínculo com a cultura brasileira. Ao se falar, por exemplo, dos Beatles, mostra-se o reflexo desse fenômeno na música feita no Brasil", acrescenta.

A primeira turma de Comunicação e música era integrada por 30 alunos. O número subiu para 40 no segundo semestre do ano passado (2008). Agora, a classe conta com 50, e haveria demanda para mais. Embora haja um programa pré-estabelecido, são os alunos que propõem os temas a serem debatidos nos seminários. Para isso são tomadas como base a história e a obra de determinado compositor, a época em que viveu, a colocação no ambiente social e a tecnologia de comunicação do período. Movimentos musicais também são focalizados.

Já foram objeto de estudo, entre outros, Pixinguinha, Carmem Miranda, Rádio Nacional, Elvis Presley, Beatles e Música no CPC da UNE. Os temas desta semana — Música de protesto, Jovem guarda e Tropicalismo — foram desenvolvidos pela equipe formada por Raquel Magalhães, Isabela Azevedo e Alice Abud, calouras do curso de Comunicação.

Noto um encantamento muito grande dos alunos ao descobrirem a importância de determinados artistas e movimentos. Eles têm pouco conhecimento da fase inicial da música brasileira, da gênese, com Chiquinha Gonzaga, Ernesto Nazareth, Pixinguinha", comenta Clodo. "Por outro lado, sinto que o Tropicalismo é marcante para eles, talvez porque Caetano Veloso, Gilberto Gil, Tom Zé, Gal Costa e Rita Lee continuem em plena atividade."
Para poder desenvolver os temas que escolhem, os alunos fazem pesquisam em livros que integram bibliografia sugerida por Clodo Ferreira. Na relação há desde Música popular, do gramofone ao rádio e televisão, de José Ramos Tinhorão (Editora Ática), a Como fazer um disco independente, de Chico Mário (Editora Vozes).

Aluno da primeira turma da disciplina, o formando em Sociologia Horst Mohn até hoje freqüenta as aulas. Atento, o rapaz estava na sala, na última terça-feira, ouvindo Alice Abud falar sobre música de protesto e bossa nova.
"Esta matéria é muito importante para mim por fornecer subsídios para minha tese final, que é sobre música popular brasileira e sua relação com o cotidiano das cidades, do começo do século 20 até agora", explica.
O enfoque é feito em cima da música brasileira. Mesmo quando se fala de música estrangeira, há de ter vínculo com a cultura brasileira.
                                                   Clodo Ferreira, professor
UnB - Programa do curso
1 — Música e comunicação: expressão e mercado
2 — Música e comunicação como indústria cultural
3 — Música popular e identidade nacional
4 — Pré-história da relação música e meios de comunicação
5 — A era de ouro do rádio, os grandes festivais e as riquezas regionais
6 — Movimento da música popular e ambiente social
7 — A música popular em Brasília
8 — A produção independente
9 — Música no cinema, na publicidade e nas novelas
10 — Situação atual e perspectivas


Música na Educação Infantil
Teca Alencar De Brito
Editora: PEIROPOLIS

Este livro tem a intenção de aproximar educadores, música e crianças, compartilhando experiências e informações, estimulando a reflexão e o questionamento, apontando caminhos e possibilidades para o desenvolvimento de um trabalho com música, sem a pretensão - explícita - de determinar cursos ou delimitar territórios, pois, acima de tudo, considera-se que o percurso que cada educador deve percorrer, junto com as crianças, tem de ser único, significativo, verdadeiro e possível.

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